terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cirurgia Bariátrica: Aspectos passados e atuais - 2 PARTE

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Bypass Bílio-Pancreático

O Bypass Bílio-Pancreático (BBP) foi o resultado do aprimoramento do BJI. Neste novo procedimento, o intestino delgado não era mais desfuncionalizado e, conseqüentemente, os problemas hepáticos se tornaram menos freqüentes.

O BBP foi desenvolvido em 1986 pelo professor Nicola Scopinaro, na Universidade de Gênova (Itália), e possui dois componentes. No primeiro passo, realiza-se uma gastrectomia subtotal – que resulta em diminuição da ingesta oral e perda ponderal mais acentuada durante o primeiro ano pós-cirurgia. O segundo passo consiste em construir uma longa alça em Y de Roux reduzindo o tubo alimentar comum a um canal de 50 cm de extensão. Este passo cria um componente disabsortivo que ajuda a manter a perda ponderal a longo prazo.

Do ponto de vista do paciente, a maior vantagem desta cirurgia é a capacidade de ingerir grandes volumes de comida e ainda assim manter a perda ponderal. As desvantagens são a diarréia de odor forte e desagradável, as úlceras anastomóticas e a flatulência. A complicação potencial mais séria é a desnutrição protéica associada a hipoalbuminemia, anemia, edema, astenia e alopecia. Pacientes submetidos a BBP devem ser suplementados com cálcio e vitaminas (especialmente vitamina D) pelo resto da vida.

***** Tabela 02 - Complicações do Bypass Bílio-Pancreático *****

• Desnutrição protéica
• Anemia
• Hérnia incisional
• Obstrução intestinal
• Úlcera anastomótica
• Tromboembolismo pulmonar
• Vazamento anastomótico
• Vazamento do coto duodenal
• Obstrução intestinal
• Desmineralização óssea
• Hemorróidas
• Acne
• Xeroftalmia
• Trombose venosa profunda
• Pneumonia
• Esplenectomia
• Hemorragia pós-operatória
• Abscessos
Em 1988, Hess alterou o procedimento de Scopinaro adicionando uma troca duodenal descrita por DeMeester em 1987. A troca duodenal havia sido indicada originalmente para pacientes com gastrite de refluxo, consistindo em uma duodeno-jejunostomia suprapapilar em Y de Roux. O procedimento híbrido de Hess (remoção de 70-80% da grande curvatura + troca duodenal em Y de Roux) permitia que a primeira porção do duodeno permanecesse na corrente alimentar, reduzindo assim a incidência de úlceras anastomóticas e síndrome de dumping. A cirurgia de Hess foi apresentada e 1992 e publicada em 1993 por Marceu, Biron e colegas, sob o título de Desvio bílio-pancreático com troca duodenal.

O BBP e suas variantes são os principais procedimentos realizados atualmente para obesidade.

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