quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cirurgia Bariátrica: Aspectos passados e atuais - 3 PARTE

CONTINUAÇÃO ...

Bypass Gástrico

O Bypass Gástrico (BG) foi desenvolvido pelo Dr. Edward E. Mason da Universidade de Iowa, com base na observação de que pacientes submetidos à gastrectomia parcial para doença ulcerosa péptica perdiam peso após a cirurgia e tinham dificuldade em recuperá-lo posteriormente. As complicações do BG mostraram-se bem menos severas que aquelas associadas ao bypass intestinal.

Com o advento dos staplers, foi possível criar uma seção vertical na margem superior do estômago sem necessidade de ressecar parte do órgão. As variações mais recentes da gastroplastia de Mason incluem a utilização de anéis de silastic ou bandas de Marles para controlar o tamanho do estômago residual e evitar distensão da via de saída gástrica. As complicações do BG associado à colocação de anéis ou bandas são as mesmas do procedimento tradicional, adicionando-se o risco de estenose e erosão da banda / anel.

Tabela 03 - Complicações do Bypass Gástrico

Precoces
• Vazamentos anastomóticos
• Distensão gástrica aguda
• Estenose do local reparado com anel / banda
• Obstrução do Y de Roux
• Atelectasia
• Infecções da ferida cirúrgica
• Seroma

Tardias
• Estenose estomacal
• Anemia
• Hipovitaminose B12
• Hipocalcemia / Osteoporose
• Úlceras
• Hérnia incisional

Conclusão

Pacientes obesos possuem um risco aumentado para inúmeras morbidades potencialmente fatais. Neste contexto, a correção do excesso de peso possui papel essencialmente profilático. O insucesso da terapêutica clínica da obesidade mórbida tem levado à indicação de técnicas cirúrgicas que procuram restringir a ingesta e absorção de nutrientes. Ainda que estas cirurgias obtenham um certo sucesso no controle da obesidade, os fatores de risco associados aos procedimentos não podem ser esquecidos. O exato papel da cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade mórbida continua sendo motivo de profundos debates e controvérsias.